Algumas reflexões sobre o monitoramento de barragens de rejeitos com radares interferométricos terrestres
Líder de práticas globais – Consultor geotécnico na GroundProbe, Albert Giovanni Cabrejo Lievano
As barragens de rejeitos passam por diferentes fases durante o monitoramento por radar:
- Estruturação – A queda inicial de materiais parece caótica, o que fica evidenciado por uma perda de coerência. As leituras de deformações com o radar durante este período não são confiáveis. Esta é a fase em que os materiais em movimento descendente procuram seu ângulo de repouso, o que consiste em um movimento incoerente para o radar.
- Estabelecimento inicial – Assim que o ângulo de repouso é alcançado, tem início a fase coerente do processo de deformação. Logo, será possível mensurar os deslocamentos novamente com a retomada da confiabilidade das leituras do radar. Esses deslocamentos começam de forma rápida, mas entram em modo regressivo quando o material passa pelo processo de estabilização. Espera-se que o radar forneça gráficos regressivos, mas se o deslocamento ocorrer rápido demais em sua fase inicial, os dados fornecidos podem ser coerentes, porém ambíguos. Os movimentos muito precoces que ocorrem a grandes distâncias do radar tendem a ser falsos.
- Estabelecimento secundário – Durante esse período, a barragem de rejeitos passa por um processo de densificação. Com isso, ela perde volume e contrai ao mesmo tempo em que ganha densidade. Como resultado desse processo, a superfície da barragem de rejeitos aumentará lentamente sua distância em relação ao radar. A cada varredura, o sinal do radar precisará percorrer uma distância um pouco maior para chegar à superfície da barragem em sua nova posição densificada. Essa ação pode parecer um movimento para longe do radar. Espera-se a visualização de gráficos regressivos mais distantes do radar.
Também observei movimentos sazonais nas barragens de rejeitos e barragens hidrelétricas. Geralmente, eles estão relacionados ao movimento de impulso da água a montante/contra a corrente nas épocas chuvosas, com a subsequente redução da pressão durante as épocas secas e redução do nível da água a montante. É essencial entender o nível-base de irregularidade da estrutura para evitar preocupações desnecessárias (alarmes).
Os radares encontram dificuldades nas barragens de rejeitos em coberturas vegetais devido à interferência da vegetação com o sinal do radar (perda de coerência). Após anos trabalhando com barragens de rejeitos ao redor do mundo, identificamos um espaço de tempo médio de 24 horas para a interferometria como metodologia viável para monitoramento dessas estruturas. Isso nos permite detectar deslocamentos semelhantes às taxas de deslocamento detectadas com o InSAR.
— Albert
Exemplo de projeto de reforço de barragem de rejeitos à montante com o SSR-SARx da GroundProbe |
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